quarta-feira, 29 de outubro de 2008

AO MEU AMIGO

...aos meus outros amigos e, já agora, aos meus inimigos por quem nutro um carinho muito especial.
O nosso sistema político assenta em partidos políticos. PONTO
No seu interior, verifica-se exactamente o mesmo que na sociedade portuguesa.
Desejamos, mas não conseguimos, ao mesmo tempo, "ter sol na eira e chuva no nabal"!
É da vida...diria mesmo, da natureza1
Mas também é da natureza humana organizarmo-nos em grupo. Isto estuda-se, e os intelectuais a que o meu amigo se refere, sabem-no melhor do que ninguém.
Mas o que não convém, deve-se olvidar! Também é da natureza humana!
Ora, eu sou militante do Partido Socialista e com muita honra. Quando achar que aquilo se tornou "numa choldra", vou à minha vida. Só que até lá, até eu entender que é "um sítio" onde me sinto bem, eu fico.
Quem quer opinar sobre a nossa vida interna, assina um papel.
Já assinaram um papel para se casar, para descontar para as finanças e para a segurança social, para terem bilhetre de identidade, etc,etc,etc e até...para terem cartão de eleitor. POR ISSO VOTAM...e este ano vai ser por 3 vezes.
Na organização PS é preciso ter um "cartãozito" rectangular,veja lá, com número e tudo, para se poder votar.
Os outros, que por vergonha, receio do confronto ou por qualquer outra razão, legítima de certeza, poderão opinar onde quiserem, até no jornal oficial do PS se para tanto forem convidados.
Mas num jornal de uma candidatura, que vai disputar eleições com uma outra, aí não...não lhes reconheço esse direito. Não são meus iguais!
É que meu caro e bom amigo. Quando o "contabilista" ganhou eleições e se manteve 10 ininterruptos anos no PODER, eu nunca os vi por perto. Quem carregou a bandeira foram os militantes do PS. Foram estes e não outros!
Aqueles a que você se refere, aparecem e desaparecem "como um fósforo"!
Por isso, acabei, dizendo...ainda que a custo, muito a custo, confesso, porque sei de "coisas" e "estórias" que dariam um livro, sempre lá fui dizendo: no fim, apareçam, são bem vindos!
Com amizade e muita sinceridade, de coração aberto
Luis Santarino

2 comentários:

Velho Gosma disse...

Caríssimo Amigo Santarino,

Por natureza eu sou um ser gregário, sou muito mais colectivista que individualista, como tal compreendo perfeitamente as idiossincrasias do “grupo”.
No entanto entendo que as organizações – sejam elas partidos políticos, clubes de futebol ou meras tertúlias de café – não devem ter um carácter exclusivista mas sim integracionista.

Como tal, toda as opiniões, críticas ou elogios daqueles que lhe são próximos quer intelectual, cultural ou ideologicamente são sempre bem-vindas como um contributo para o crescimento dessa organização e como sinal evidente de maturidade. É um acto, se quiser, de cidadania.

E a cidadania não se esgota na vida partidária. Como diria o Presidente Sampaio: há mais cidadania para além dos partidos...

Eu entendo os partidos como a trave mestra da democracia – e sobretudo o Partido Socialista, daí a responsabilidade acrescida que eu lhe “imputo” -, mas nem o quadro partidário é imutável nem, tão pouco, as ideologias, tudo isto está sujeito à evolução da sociedade e aos desejos dos cidadãos.

E os cidadãos cada vez mais se afastam da vida partidária porque não se revêem no actual quadro partidocrático. Na subordinação do caciquismo, ou como é mais fashion dizer, do lobby. A militância partidária foi reduzida ao clientelismo e isto tem vindo a “matar” a democracia tal como nós a concebemos.

Por isso, também, deposito uma fé desmesurada na eleição de Barack Obama, porque para além de ser um homem com ideais social-democratas (porque dificilmente chamarei a um americano de socialista) é alguém para além dos lobbys, um político que soube compreender o povo e venceu toda uma lógica caciquista-partidária (Hillary Clinton).

Caro Amigo, já me alonguei em demasia mas vou-lhe contar um episódio: no dia em que o “contabilista" obteve a segunda maioria absoluta o meu primeiro impulso foi subir 5 portas e filiar-me no Partido Socialista. Não o fiz. Agora não me arrependo, porque apesar de ser Socialista – mas daqueles que veneram a bandeira vermelha com o punho esquerdo de ouro e tem como hino, não Vangelis ou quejandos, mas sim a Internacional – a minha escolha é a Cidadania em detrimento da partidocracia. E infelizmente o Partido Socialista apesar de anunciar com pompa e circunstância a abertura à sociedade civil (estados Gerais, Novas Fronteiras) está cada vez mais autista e ensimesmado. Eu lamento porque como Partido moderno e progressista devia estar mais atento ao Mundo e a todas as mudanças que estão em curso.

Aquele abraço forte cheio de estima e consideração e que a nossa utopia de um mundo mais igual, mais livre, mais fraterno, mais solidário um dia venha a ser uma realidade.

P.S.: Venha mais vezes aqui, ao blog, faz-nos falta a sua irreverência, desassombro e frontalidade

Anónimo disse...

Foda-se!
Tu deves ser mas é Gregório.